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- 🔗 Carência e a síndrome de Munchausen nas organizações
🔗 Carência e a síndrome de Munchausen nas organizações

A síndrome de Munchausen é um transtorno em que uma pessoa finge estar doente ou produz sintomas de doença em si mesma. A pessoa com esse transtorno quer ser o centro das atenções e ser cuidada (qualquer semelhança com aquele/a colega não é mera coincidência).
A Síndrome de Munchausen foi nomeada em referência ao Barão de Münchhausen, um nobre alemão do século XVIII, conhecido por contar histórias extremamente exageradas sobre suas supostas aventuras. Ele afirmava, por exemplo, ter viajado à Lua, escapado de um pântano puxando-se pelos próprios cabelos e cavalgado em balas de canhão.
O nome foi escolhido pelo médico Richard Asher, em 1951, para descrever um transtorno no qual uma pessoa finge ou provoca doenças deliberadamente para chamar atenção ou receber cuidados. Assim como o Barão criava histórias fantásticas para impressionar os outros, indivíduos com essa síndrome inventam ou exageram sintomas para obter simpatia e assistência.
No ambiente organizacional, a síndrome de Munchausen pode se manifestar de diferentes formas, principalmente quando um profissional busca atenção, reconhecimento ou influência ao exagerar ou fabricar problemas, dificuldades ou crises dentro da empresa. Isso pode acontecer de maneira consciente ou inconsciente, gerando impactos negativos na equipe e na cultura organizacional.
Possíveis manifestações no ambiente corporativo:
1. Criação ou exagero de crises
• Líderes ou gestores que constantemente apresentam cenários de emergência para parecerem indispensáveis. São incapazes de comemorar bons resultados para que as pessoas “não afrouxem” no trabalho.
• Funcionários que dramatizam problemas para obter reconhecimento ou suporte extra. Vivem reclamando em voz alta, são contra todas as mudanças propostas e veem os colegas dos demais setores e os clientes como inimigos.
2. Vitimização constante
• Colaboradores que sempre se colocam como vítimas da carga de trabalho, da falta de suporte do líder ou da equipe, mesmo que tenham condições adequadas para realizar suas funções. Estão sempre “mais atarefados”, são sempre “mais demandados” e têm sempre “mais pressão” que os demais, e ninguém sabe o que tanto eles fazem.
• Uso da vitimização para evitar responsabilidades ou justificar baixo desempenho.
3. Liderança manipuladora
• Gestores que criam uma dependência emocional nos times, fazendo-os acreditar que precisam deles para tudo. Aqui, o líder herói brilha muito.
• Criam obstáculos, criticam projetos e encontram problemas onde não existem, para depois apresentar soluções e serem vistos como salvadores.
4. Excesso de drama organizacional
• Profissionais que espalham rumores ou fomentam conflitos desnecessários para se manterem no centro das atenções. Gente afeita à fofoca, a comentários maldosos e a encontrar segundas intenções negativas em tudo o que é proposto.
• Cultura baseada em insegurança e medo, alimentada por narrativas exageradas de problemas, de crise e de incertezas.
Essa síndrome corporativa pode impactar negativamente o ambiente de trabalho, reduzindo a produtividade, aumentando o estresse da equipe e prejudicando a transparência e a confiança dentro da organização.
Para lidar com isso, é fundamental que a empresa incentive uma cultura de responsabilidade, objetividade e feedback honesto.
