🔗 Você e as suas metas tristes

Este não é mais um artigo sobre metas de ano novo A segunda segunda-feira de janeiro é conhecida como “O dia da desistência”, que marca o dia em que a maioria das pessoas desiste das suas metas de ano novo.

Um estudo da Universidade de Scranton indica que apenas 8% das pessoas alcançam suas resoluções de ano novo. Sabendo disso, será, mesmo, que 92% das pessoas são tão incompetentes assim?

A verdade incômoda é que metas de ano novo não falham porque você é indisciplinado; elas falham porque foram mal concebidas. Elas geralmente nascem em um momento emocionalmente carregado — culpa acumulada de dezembro, pressão social do “novo ciclo”, comparação com a vida editada dos outros. Ou seja: são metas criadas para consertar um desconforto, não para construir uma vida. O problema não é você. É o modelo. O modelo tradicional de metas se apoia em três pilares frágeis:

  1. Excesso de ambição: começamos o ano como se fôssemos ganhar energia, tempo e disciplina extras com o virar do calendário (pura ilusão).

  2. Visão punitiva: metas são tratadas como penitências (“vou parar”, “vou cortar”, “vou me forçar”).

  3. Desconexão da vida real: são metas perfeitas para um “eu ideal”, não para o ser humano real que acorda cansado, pega trânsito, tem boletos e sente preguiça às vezes. Não é à toa que morrem rápido. Metas não precisam (ou não deveriam) ser sinônimo de sacrifício. Há um tabu silencioso por trás desse tema: quando pensamos em metas, imediatamente pensamos em renúncia, esforço e dor. Quase nunca pensamos em prazer. Como se metas prazerosas fossem “menos sérias”, “menos adultas” ou “menos importantes”. Mas é justamente esse pensamento que nos afasta da vida que queremos. O que aconteceria se, além das metas de desempenho (somos adultos, ok?) , você criasse, também, metas de nutrição emocional e social?

    Metas como:

    tomar café com amigos uma vez por semana;

    passar tempo na natureza a cada quinze dias;

    aprender um hobby só porque dá prazer;

    fazer algo engraçado por mês;

    cozinhar uma receita nova nos finais de semana;

    ler ficção sem culpa .

Não estamos acostumados a colocar esse tipo de meta no papel, mas são elas que sustentam a vitalidade necessária para todo o resto. Além disso, ao notar que conseguimos cumprir essas metas, aumentamos nossa percepção de auto competência, aumentando nossa autoestima para as metas mais desafiadoras. Metas prazerosas aumentam a chance de cumprir todas as outras metas. Isso acontece por três motivos:

  1. Ativam dopamina saudável: prazer genuíno cria motivação real, não a motivação forçada baseada em culpa.

  2. Recarregam energia mental: pessoas que se dão permissão para viver coisas boas naturalmente têm mais vontade e mais presença para os desafios “sérios”.

  3. Criam um ciclo de autocuidado, não de autocobrança: quando a vida fica mais leve, as metas pesadas se tornam menos fantasmas.

    Talvez o problema não seja que você está definindo metas demais ou de menos. Talvez o problema seja que você está definindo somente metas tristes.

Você já conhece meu Podcast Elos Fortes? Clica aqui e escute agora mesmoUma competência tão valorizada quanto a empatia: saber ouvir